5 dicas para estruturar um banco de dados em nuvem

Estruturar um banco de dados em nuvem é uma etapa estratégica para empresas que querem crescer de forma segura, escalável e com inteligência operacional.

Com o crescimento do volume de dados, a pressão por acessos mais rápidos e seguros e a necessidade de respostas em tempo real, as empresas passaram a enxergar a nuvem como um caminho natural para a evolução de suas operações. 

Segundo o relatório State of the Cloud 2024, da Flexera, 94% das organizações já utilizam algum tipo de serviço em nuvem, e mais da metade delas afirma que bancos de dados estão entre os ativos mais migrados para esse ambiente.

Nesse cenário, a estruturação de um banco de dados em nuvem deixa de ser uma decisão técnica e passa a ser uma decisão estratégica. Afinal, não se trata apenas de mover informações de um ambiente local para servidores remotos. O reflexo dessa jornada depende de uma série de decisões que envolvem arquitetura, segurança, desempenho, escalabilidade e manutenção — e cada uma delas impacta diretamente na qualidade da operação e na experiência do usuário final.

Como escolher?

Antes de qualquer escolha tecnológica, é preciso entender o contexto e as reais necessidades da empresa. O modelo de serviço escolhido — seja IaaS, PaaS ou DBaaS — determinará o grau de controle que a equipe de TI terá sobre a infraestrutura. 

Em um cenário com poucos recursos internos, optar por uma solução totalmente gerenciada, como Amazon RDS ou Google Cloud SQL, pode reduzir complexidades e acelerar a implementação. Já organizações com equipes robustas de administradores de banco podem preferir maior flexibilidade com serviços de infraestrutura como o Microsoft Azure VM, por exemplo.

Contudo, a arquitetura precisa ir além da escolha da plataforma. É importante pensar em aspectos como o tipo de banco a ser utilizado (relacional ou não relacional), o volume estimado de dados, a previsão de crescimento e o comportamento de acesso — todos esses fatores influenciam diretamente na performance e na escalabilidade do banco de dados em nuvem. Ignorar esse planejamento pode levar a retrabalho e, principalmente, a desperdício de recursos.

Saiba mais aqui sobre banco de dados relacional: https://flowti.com.br/blog/o-que-e-um-banco-de-dados-relacional-e-por-que-ele-e-indispensavel-para-a-gestao-de-ti

A modelagem também merece atenção. Migrar um banco já existente não é uma justificativa para manter estruturas ultrapassadas. A nuvem oferece uma oportunidade valiosa de revisar relacionamentos entre tabelas, normalização, índices e tipos de dados, ajustando o modelo à realidade atual da operação. 

Segundo um levantamento da Datadog, bases mal modeladas são responsáveis por até 40% dos incidentes de performance em ambientes de nuvem — principalmente em aplicações que escalam rapidamente. Ferramentas como dbdiagram.io, MySQL Workbench e ERD Cloud são grandes aliadas nesse processo, facilitando a visualização e a análise crítica da estrutura lógica.

Em paralelo, a segurança precisa ser pensada como parte do projeto, não como um item isolado a ser adicionado depois. A Check Point Software aponta que 75% das empresas com bancos em nuvem sofreram ao menos uma tentativa de ataque cibernético nos últimos doze meses. É por isso que práticas como a criptografia dos dados em repouso e em trânsito, o uso de autenticação multifator, a definição de políticas de acesso baseadas em funções e o isolamento de redes (por meio de VPCs e firewalls) são cada vez mais indispensáveis. Além disso, o atendimento às exigências da LGPD deve ser parte da governança de dados desde o primeiro dia — sob o risco de prejuízos jurídicos e reputacionais.

Monitorar o desempenho e manter a visibilidade em tempo real é outro pilar da estruturação bem feita. A adoção da nuvem não elimina a responsabilidade sobre o ambiente — ela apenas muda o formato dessa responsabilidade. Utilizar ferramentas nativas, como CloudWatch, Azure Monitor ou Stackdriver, é uma forma prática de acompanhar métricas como: latência, consumo de memória, tempo de resposta e alertas de segurança. Esses dados permitem ajustes finos no ambiente, prevenindo gargalos e otimizando o uso de recursos — o que, em última análise, também representa economia.

Por fim, nenhuma estrutura deve ser tratada como definitiva. A manutenção contínua do banco de dados é o que garante sua longevidade e eficiência. Isso envolve desde atualizações de versões e pacotes de segurança até ações de arquivamento de dados antigos, tuning de consultas e reavaliação periódica da arquitetura escolhida. 

Agora que já vimos muitas informações relevantes sobre banco de dados, vamos trazer as dicas práticas para implementar a sua estratégia.

 

Como estruturar um banco de dados em nuvem: 5 etapas para uma base sólida

1. Escolha o modelo de serviço mais alinhado com a maturidade da sua equipe de TI

A primeira decisão estratégica envolve compreender qual modelo de serviço faz mais sentido para o momento atual da empresa: IaaS (Infraestrutura como Serviço), PaaS (Plataforma como Serviço) ou DBaaS (Banco de Dados como Serviço). No modelo IaaS, a empresa mantém total controle sobre a infraestrutura, mas assume também todas as responsabilidades de configuração e manutenção. 

Já o PaaS entrega uma plataforma gerenciada que facilita o desenvolvimento de aplicações, enquanto o DBaaS, cada vez mais popular, entrega o banco pronto para uso, com alta disponibilidade e atualizações automatizadas.

Segundo a International Data Corporation ( IDC), o DBaaS foi o modelo que mais cresceu em 2023, com aumento de 32% na adoção por empresas de médio porte. Essa tendência reflete a busca por soluções mais práticas e com menor carga operacional. Para times reduzidos ou que ainda estão se especializando em cloud, começar com DBaaS pode acelerar a curva de aprendizagem e garantir maior estabilidade desde o início.

Aqui você vai poder ler melhor sobre os modelos: https://flowti.com.br/blog/paas-iaas-e-saas-qual-a-diferenca-entre-esses-modelos-de-cloud-computing

 

2. Planeje a arquitetura e escolha a tecnologia com base na sua operação

A estrutura ideal do banco de dados em nuvem depende do tipo de aplicação, do volume de transações e do crescimento projetado. Bancos relacionais como PostgreSQL ou MySQL são recomendados para sistemas transacionais complexos, enquanto soluções NoSQL como MongoDB, DynamoDB ou Cassandra são mais adequadas para dados não estruturados, leitura massiva e escalabilidade horizontal.

Ignorar essa etapa compromete não apenas a performance, mas também a eficiência de custos. De acordo com a McKinsey, falhas no dimensionamento da arquitetura levam a desperdícios médios de 35% nos recursos provisionados na nuvem. É essencial mapear desde o início se o banco será multi-região, como será a replicação, qual será a política de backups e qual estratégia será adotada para alta disponibilidade.

 

3. Reestruture o modelo de dados antes da migração

A migração para a nuvem é o momento ideal para rever o modelo de dados. Estruturas antigas, mal normalizadas, com relacionamentos redundantes ou campos obsoletos devem ser revistas. O novo ambiente pode se beneficiar de uma modelagem mais eficiente, pensada para escalar, otimizar consultas e reduzir o custo computacional.

Vários dos problemas de lentidão em bancos em nuvem estão ligados à má modelagem. Além disso, quanto mais limpo e organizado for o modelo, mais simples será aplicar estratégias de caching, particionamento e automação de manutenção.

Ferramentas como ERD Cloud, dbdiagram.io ou o MySQL Workbench ajudam a visualizar e repensar o modelo antes de realizar qualquer migração definitiva.

 

4. Integre segurança desde o projeto, e não como um complemento

Um dos erros mais recorrentes é tratar a segurança como uma camada posterior à estruturação. O ideal é que ela esteja no centro da arquitetura. Isso significa adotar criptografia em trânsito (SSL/TLS) e em repouso (AES-256), limitar acessos por meio de papéis e permissões bem definidos (RBAC), utilizar autenticação multifator e isolar o banco em redes privadas (como VPCs) com regras de firewall e logs habilitados.

A Check Point identificou que 91% dos ataques bem-sucedidos em nuvem envolvem configurações incorretas ou permissões excessivas. Isso reforça a importância de estruturar também a governança de dados desde o início, especialmente quando há dados sensíveis, como informações pessoais ou financeiras, que estão sujeitos à LGPD.

 

5. Garanta monitoramento, manutenção e melhoria contínua

O banco de dados em nuvem precisa ser acompanhado de forma ativa. Métricas como latência, número de conexões simultâneas, uso de CPU, quantidade de requisições por segundo e tempo de resposta são importantes para detectar gargalos e prevenir falhas.

As principais plataformas oferecem ferramentas nativas para isso: o Amazon CloudWatch, o Azure Monitor e o Google Operations Suite (antigo Stackdriver) permitem configurar alertas, gerar dashboards e automatizar respostas a incidentes. Além disso, a análise dessas métricas deve orientar ciclos periódicos de manutenção: reindexação de tabelas, análise de queries, remoção de dados obsoletos, arquivamento e tuning de configurações.

Organizações que aplicam boas práticas de monitoramento e manutenção em nuvem conseguem aumentar a disponibilidade de seus bancos, além de reduzir os custos operacionais com ajustes preventivos.

 

5 ações práticas para aplicar hoje mesmo

  • Defina o modelo de serviço ideal (IaaS, PaaS ou DBaaS) com base na equipe e no orçamento disponíveis.

  • Crie um plano de modelagem revisando relacionamentos e índices antes de migrar qualquer dado.

  • Implemente autenticação multifator e regras de acesso por perfil logo no início.

  • Ative o monitoramento nativo da nuvem e configure alertas para métricas críticas.

  • Agende revisões trimestrais do desempenho do banco com base nas métricas coletadas.

 

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Estruturar um banco de dados em nuvem é um processo que exige cuidado, técnica e visão de longo prazo. Mais do que um movimento técnico, trata-se de uma etapa estratégica para empresas que querem crescer de forma segura, escalável e com inteligência operacional. 

A nuvem oferece recursos grandiosos, mas, como todo recurso, eles precisam ser bem utilizados. Com planejamento, atenção à segurança e processos de melhoria contínua, é possível criar uma base de dados preparada para sustentar os próximos passos da transformação digital da sua empresa.

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